Infiltração para dedo em gatilho

O dedo em gatilho, também conhecido como tenossinovite estenosante, é uma condição comum que pode causar dor e bloqueio na movimentação dos dedos. Esse problema ocorre devido à inflamação e ao espessamento da bainha do tendão flexor, resultando em dificuldade de deslizamento do tendão pelo seu canal. Quando medidas conservadoras, como o uso de órteses e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), não são eficazes, a injeção de corticosteroide pode ser uma opção de tratamento.

Indicação para Injeção de Corticosteroide

A injeção de corticosteroide é indicada para pacientes com sintomas persistentes que interferem nas atividades diárias e que não responderam ao tratamento conservador. O objetivo dessa abordagem é reduzir a inflamação e aliviar os sintomas, permitindo que o tendão volte a se movimentar livremente sem bloqueio ou dor.

Riscos das Injeções de Corticosteroide

Embora a injeção seja um procedimento minimamente invasivo, alguns riscos estão associados ao seu uso. Entre os principais estão:

- Infecção no local da injeção

- Ruptura do tendão

- Despigmentação da pele

- Atrofia da gordura subcutânea

Esses riscos são raros, mas sempre discuto com os pacientes antes do procedimento.

Eficácia das Injeções: Diferenças entre Pacientes Diabéticos e Não Diabéticos

A eficácia das injeções de corticosteroide varia entre diferentes grupos de pacientes:

-Pacientes não diabéticos: Estudos mostram que a taxa de sucesso das injeções para a resolução completa dos sintomas varia entre 52% e 70%.

-Pacientes diabéticos: A resposta ao tratamento é menor, especialmente naqueles com controle glicêmico inadequado (HbA1c > 6,5%). Em um estudo, a taxa de sucesso foi de apenas 32% em pacientes diabéticos, em comparação com 57% nos não diabéticos. Além disso, diabéticos com complicações sistêmicas, como nefropatia e neuropatia, tendem a ter uma resposta ainda menor às injeções.

As injeções de corticosteroide são uma opção de tratamento eficaz para o dedo em gatilho, especialmente em pacientes não diabéticos. A decisão sobre o tratamento deve ser individualizada, considerando os riscos, benefícios e condições específicas de cada paciente.

Dra Renata Pontes - Cirurgiã da Mão

CRM 9006-MA

RQE 5458 / 5243